História da Câmara Municipal de Igarassu - PE
Ao longo de sua história, a Vila de Igarassu contou com cerca de quatro edifícios diferentes que exerceram a função de Casa de Câmara e Cadeia.
A primeira construção, existente por volta de 1594, localizava-se na Rua Direita, entre a Misericórdia e a Igreja dos Santos Cosme e Damião. Esse prédio foi destruído durante a invasão holandesa, conforme registro encontrado no II Livro de Tombo da Vila de Igarassu, datado de 1782.
A segunda edificação, erguida após 1675 com recursos provenientes do subsídio da carne, foi considerada a maior de toda a província. Permaneceu em funcionamento até a visita de D. Pedro II, em dezembro de 1859, quando já apresentava sinais avançados de deterioração. Em 1749, serviu como alojamento para o governador da Capitania, que se encontrava em visita à vila. Um registro dos “Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro” (página 29, ano de 1774) descreve a vila da seguinte forma:
“Esta vila está situada em um monte muito alto e vistoso, tem em cima, na entrada da parte do sul para o norte, a igreja de N. S. do Rosário dos Homens Pretos, mais adiante a igreja da Misericórdia. A Casa de Câmara é a mais asseada que há nesta Capitania, com sua cadeia por baixo, muito forte, e fica em lugar muito alto no meio da vila, entre a igreja da Misericórdia e o Recolhimento”.
Em 1835, o Juiz Municipal, Dr. José Ferreira da Costa, enviou ofício ao Presidente da Província lamentando o estado de abandono do prédio.
A terceira sede corresponde ao atual Sobrado do Imperador, originalmente construído para funcionar como Casa de Aposentadoria e Correição. No entanto, devido à precariedade da antiga Câmara, passou a abrigar também as funções do Legislativo municipal.
Por fim, a atual edificação foi adaptada a partir de três prédios públicos, por volta da década de 1880.
Um fato curioso está relacionado a Santo Antônio: por ordem de D. José I, rei de Portugal, datada de 23 de novembro de 1754, determinou-se que, havendo excedentes nos bens do Conselho, fosse concedida anualmente aos religiosos do santo a quantia de 27$000 (vinte e sete mil réis), com o título de protetor da Câmara.